terça-feira, 19 de agosto de 2008








BIENAL DO LIVRO EM MINAS GERAIS/BH

Uma super-biblioteca com 3,6 mil m² e 20 mil títulos espalhados por 130 estandes.
Os alunos da EMMA visitaram a primeira Bienal do Livro de Minas em Belo Horizonte.




www.lerparaser.cjb.net

FLIP- FESTA LITERÁRIA DE PARATY


PROJETO “LER PARA SER...”

I- JUSTIFICATIVA

A ação inicial do “ Ler Para Ser...” foi a apresentação do projeto a comunidade escolar (funcionários, educadores, pais, diretoria e educandos envolvidos), momento esse que constituiu uma importante oportunidade de sensibilização da escola acerca das ações afirmativas, suas características, sua forma de funcionamento bem como o seu calendário de atividades. Esse foi momento oportuno para apresentar o Kit de Literatura Afro-Brasileira e Africana e demais livros sobre o tema que fazem parte do acervo da biblioteca da escola.
O bate-papo com autores, oficinas de contação de histórias, rodas de leitura, painel “ Li e Gostei”, viagens Literárias, participação na FLIP( Festa Literária de Parati-RJ) , participação na Bienal do Livro,são pretextos para reunir pais e filhos e despertar o gosto pelo livro e pela leitura.
Acreditamos que a educação formal é um instrumento de grande valia para a promoção da igualdade social e racial . Nesse sentido concordo com a afirmação de SILVA, 2002, p.78.79, que diz: “ Além de muitos estudos dos livros, a pessoa educada é capaz de produzir conhecimento e necessariamente, respeitar os idosos, as outras pessoas, o meio ambiente. Empenha-se a fortalecer a comunidade, na medida em que vai adquirindo conhecimentos escolares, acadêmicos bem como outros necessários para a comunidade sentir-se inserida na vida do país.”

O projeto está sendo desenvolvido em parceria com as disciplinas de Língua Portuguesa ( livros de autores brasileiros que os participantes queiram conhecer, livros de literatura do Kit afro- brasileiro, intercâmbio cultural com o Quilombo de Ivaporunduva), História (visitas a espaços culturais e vídeos), Arte ( contando a História do Samba) e Educação Física(apresentações culturais) .

II- OBJETIVOS
OBJETIVOS GERAIS:

Implementar a Lei 10639/03 - História da África e Cultura Afro-brasileira - nas atividades desenvolvidas;
Despertar e incentivar no educando, funcionários e família o gosto pela leitura;
Ampliar capital cultural;
Promover inclusão digital.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

· Criar oportunidades e possibilidades para que os adolescentes possam identificar-se, incorporar e vivenciar valores positivos através da leitura;
· Proporcionar aos educandos oportunidades de vivenciar, visitar espaços históricos, culturais diversos, contribuindo para a sua formação cultural e social;
· Possibilitar contatos com pessoas/autores que permitam ao educando construir/resgatar a identidade e auto estima;
· Promover intercâmbio cultural com a comunidade Quilombola de Ivaporunduva, usando as ferramentas tecnológicas (vídeos, site de relacionamento Orkut, programa para estabelecer comunicação instantânea MSN, cartas, e-mails, fotos digitais e relatos) como suporte.




III - METODOLOGIAS E PROCEDIMENTOS

O projeto “ Ler Para Ser...” trabalhou a História da África e Cultura Brasileira e Africana utilizando o Kit Literário Étnico Racial doado às escolas pela PBH; o Kit A Cor da Cultura (Livros Animados; Filme(Vista a Minha Pele) e textos do livro MUNANGA, Kabengele & GOMES, Nilma Lino. Para Entender o negro no Brasil de Hoje: história, realidades, problemas e caminhos; e da autora SANTOS,Elzelina Dóris dos.Cantando a História do Samba.

A Literatura foi um pretexto para que os educandos pudessem conhecer, entender, respeitar e integrar, aceitando as contribuições da cultura africana na cultura brasileira. Nesse sentido, concordamos com Silva(2000,p.22) quando afirma que a presença dos negros nos livros, freqüentemente como escravo, sem referência ao seu passado de homem livre antes da escravidão e às lutas de libertação que desenvolveu no período da escravidão e desenvolve hoje por direitos de cidadania, pode ser corrigida se o professor contar a história de Zumbi dos Palmares, dos quilombos, das revoltas e insurreições ocorridas durante a escravidão; contar algo do que foi a organização sócio-político-econômica e cultural na África pré-colonial; e também sobre a luta das organizações negras, hoje, no Brasil e nas Américas.

Após a apresentação do Kit de literatura afro-brasileira e Africana aos educandos assistimos ao Vídeo Livros Animados -“ Bruna e a Galinha d´angola, de Gercilda de Almeida”- Kit A Cor da Cultura. Escolhemos esse vídeo porque a autora desenrola possibilidades de discussão em torno da vontade de liberdade, de forma harmoniosa e poética. A vontade de liberdade é um sentimento universal, presente em todas as culturas.
Após discussão pedimos aos educandos que se dividissem em grupos para começarmos os trabalhos com os livros.
Foi possível usar o laboratório de informática da escola, onde os alunos fizeram pesquisa bibliográfica e uma visita virtual ao Quilombo de Ivaporunduva. A partir desse momento os educandos passaram a trocar correspondências com essa comunidade a fim de conhecer melhor sua cultura e seus valores, trocar experiências de leitura. Partiu dos educandos a idéia de fazer uma campanha para arrecadação de livros que foram doados ao Quilombo..
Visitamos também o site www.acordacultura.org.br momento em que os educandos enriqueceram seus trabalhos com ilustrações, dicas de livros, jogos e importantes informações.
Os educandos tiveram contato com diferentes formas de linguagens, pois entendemos que a linguagem não pode se restringir apenas à literatura, mas também envolve o jornal, a revista, o quadrinho, a internet, a televisão, o cinema, a “contação” de histórias, oficinas de Patchwork, bate-papo com autores negros, visitas culturais a espaços públicos e participação no Festival de Arte Negra em parceria com a Rede de 3º Ciclo.
Esses momentos foram tão importantes quanto o intercâmbio cultural com a comunidade de Ivaporunduva que está acontecendo com trocas de cartas, bate-papo em MSN e trocas de mensagens pelo ORKUT.

Os estudantes têm acesso ao laboratório de informática para visitar a página virtual do Quilombo, pesquisar sobre a comunidade, trocar e-mails, ver fotos, assistir a outros vídeos sobre a comunidade postados no site You Tube. O contato com o suporte digital, como parte dos objetivos do projeto, contribui para que os alunos a desenvolvam seu nível de letramento digital.

Os participantes tiveram a oportunidade de participar da I Bienal do Livro de Minas Gerais e 35 participantes foram sorteados para participarem da FLIP (Festa Literária de Paraty)no Rio de Janeiro.

IV- AVALIAÇÃO
O PROJETO “ Ler Para Ser...”, criou oportunidades para debate, troca de experiências, através das rodas de conversa e oficinas de Patwork com símbolos africanos. Ampliou o acesso da comunidade à produção artísticae cultural local, conhecimento da comunidade, sua própria cultura, acesso à diversas culturas , outros modos de viver e ver o mundo.
Percebemos que as atitudes e comportamentos dos alunos sofreram mudanças significativas, verificadas através da avaliação e observação, onde passaram a respeitar os colegas valorizando suas produções e orgulhando-se do seu grupo étnico de pertencimento.
A biblioteca é espaço mais freqüentado de nossa escola e é usada por estudantes, funcionários e comunidade.
Na opinião dos participantes, fazer de Ivaporunduva uma comunidade de amigos leitores foi o maior ganho do projeto em 2008.


V- BIBLIOGRAFIA

DAYREL, Juarez ( org ). Múltiplos Olhares: Sobre Educação e Cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1996.

FREIRE, Paulo.Pedagogia da Autonomia-Saberes Necessários à Prática Educativa.São Paulo: Editora Paz e Terra, 19996.

GOMES, Nilma Lino e MARTINS,Aracy. Afirmando Direitos: acesso e permanência de jovens negros na universidade. Belo horizonte:Autêntica,2004.

MUNANGA,Kabenguele e GOMES, Nilma Lino. Para Entender o Negro no Brasil de Hoje: História, Realidades, Problemas e Caminhos. São Paulo: Global: Ação Educativa Acessoria, Pesquisa e Informação, 2004.

MUNANGA, K. Superando o racismo na escola. Brasília: MEC/SECAD, 2005.

HAMPATÉ BÂ, Amadou. Amkoullel, o menino fula.São Paulo, PalasAthena e Casa das Áfricas,2003.